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Fundo Amanhã

Fundo Amanhã celebra 3 anos de impacto na educação pública

No dia 4 de junho de 2025, o Fundo Amanhã comemorou seus três anos de existência em um evento especial realizado no Salão de Atos da UFRGS. Mais do que uma celebração, o encontro foi um momento de reflexão sobre o caminho percorrido, os resultados alcançados e os sonhos que ainda estão por vir.

Criado por ex-alunos da UFRGS, o Fundo Amanhã nasceu com a missão de garantir o futuro da educação pública de excelência, por meio de um fundo patrimonial que financia bolsas, programas e iniciativas de formação para estudantes da universidade. Ao longo desses três anos, a organização cresceu em alcance e relevância, apoiando centenas de alunos em suas trajetórias acadêmicas e profissionais.

O evento reuniu parceiros, doadores, professores, bolsistas e ex-bolsistas, todos parte dessa rede que acredita no poder transformador da educação. Entre os destaques da programação, estavam os depoimentos emocionantes de estudantes que tiveram suas vidas transformadas pelo apoio do Fundo, mostrando na prática como cada contribuição se traduz em oportunidades reais.

Além de relembrar conquistas, a celebração também lançou um olhar para o futuro, apresentando novos programas e convidando a comunidade a se engajar ainda mais nessa causa. Afinal, o Fundo Amanhã não é apenas sobre o que já foi feito — é sobre o que ainda podemos construir juntos.

Três anos se passaram, mas o propósito permanece firme: escrever histórias para o futuro e garantir que cada estudante tenha a chance de transformar seu potencial em realidade.

Tainara Alves: A Redefinição de uma Carreira

A história de Tainara era de incerteza. Com seu estágio no Banrisul chegando ao fim sem perspectivas de efetivação, ela se encontrava em um “Limbo assim sem saber para onde?”. O ponto de inflexão foi a mentoria com Aline, que lhe apresentou a área de auditoria e a empresa EY, um caminho que ela “Jamais eu pensaria em ir”. A intervenção foi direta e transformadora: Tainara se inscreveu no processo seletivo e foi contratada. Ela afirma com “certeza absoluta” que “se eu não tivesse entrado no pertencer eu jamais estaria hoje trabalhando nisso”. O programa não apenas a ajudou a encontrar um emprego; ele a colocou em uma trajetória de carreira inteiramente nova.

Nikolas Cunha: Da Descrença à Reafirmação Profissional

A trajetória de Nikolas começou em um momento de profunda incerteza profissional. Após ser demitido, ele se sentia “meio desacreditado com a minha carreira” e viu no bootcamp uma chance de migrar para a área de dados, mesmo que sua paixão fosse o desenvolvimento web. O programa, no entanto, o levou por um caminho inesperado. A habilidade que adquiriu com a biblioteca Pandas foi crucial em seu processo seletivo na empresa Mente, que, ironicamente, o contratou como desenvolvedor web, sua área de origem. A experiência foi uma reafirmação de seu talento: “E lá eu vi que eu sou bom e tal. Então eu tô ali até hoje”. Para Nikolas, o Fundo foi a ponte que o reconectou com sua própria capacidade, transformando-o de “uma pessoa desacreditada por uma pessoa que acredita mais em si mesmo”.

Laura Dias: Resiliência, Networking e Efetivação

Laura Dias ingressou no programa em um momento pessoalmente desafiador, durante as enchentes que atingiram sua família em Porto Alegre. O projeto foi um refúgio e um motor. A experiência mais marcante foi a viagem a São Paulo, que proporcionou uma forte conexão com os colegas e com hubs de inovação. Ela destaca o desenvolvimento do networking como a principal habilidade adquirida: “achava que eu já era boa nisso, mas depois o fundo nos provocou tanto com isso que a gente que agora eu acho que eu sou Expert”. Durante o programa, ela foi efetivada em seu trabalho em um veículo de comunicação e aprovada para uma mobilidade acadêmica em Portugal. O projeto final, um MVP de inteligência artificial, foi um diferencial que ela conseguiu aplicar diretamente em sua área profissional.

Lara Gross: Da Arquitetura ao Empreendedorismo Inovador

Estudante de Arquitetura, Lara Gross entrou no programa no final do curso, com um forte interesse em “empreender com arquitetura”. O programa superou suas expectativas, abrindo “muitos caminhos”. O networking foi o pilar mais forte de sua experiência; o mentor Gui a conectou com uma pessoa que, por sua vez, a levou a um estágio onde acabou sendo contratada. Além disso, o desafio de apresentar um pitch a ajudou a superar a retração de falar em público que desenvolveu durante a pandemia. Hoje, ela se prepara para abrir seu próprio escritório, mas com uma visão transformada pelo Fundo: “Eu não quero fazer só um escritório de arquitetura, eu quero olhar para outros lados, outras áreas e inovar dentro desse segmento”.

Felipe Luz: A Perspectiva do Catalisador Pragmático

Cursando sua segunda graduação e com experiência profissional, Felipe identificou três áreas cruciais de valor agregado pelo Fundo. Primeiramente, o suporte financeiro e psicológico funcionou como uma rede de segurança. Em segundo lugar, o acesso a locais como o hub de inovação Caldeira e a empresas que ele não teria considerado. O mais importante, para ele, foi a atividade prática, “mão na massa”, que lhe permitiu transcender a teoria: “tirar um pouquinho da daquele conhecimento teórico e colocar na prática para valer”. Sua trajetória valida a percepção de que o Fundo atua como uma ponte essencial entre a academia e o mercado, e ele retribui ativamente como “padrinho” de novos alunos.

Andrey Campos: A Ponte para uma Nova Carreira em Dados

Andrey estava finalizando sua graduação em Física, uma formação que ele descreve como “bem acadêmica”, e havia decidido fazer uma transição de carreira para a área de Ciência de Dados. O bootcamp do Fundo Amanhã apareceu no momento exato, “muito alinhado” com suas expectativas. O programa foi a ponte que ele precisava, fornecendo não apenas as “habilidades de programação” que lhe faltavam, mas também o contato com empresas e uma visão prática do mercado, algo ausente em sua formação original. Essa experiência solidificou sua decisão e o influenciou a seguir para uma pós-graduação na área, dando continuidade direta ao caminho iniciado no bootcamp.

“Eu vejo o fundo amanhã como realmente uma luz no fim do túnel onde se pensa no Impacto social de verdade."

A história de Rayan Raddatz

CIÊNCIA DA COMPUTAÇÃO UFRGS

Estudante de Ciência da Computação da UFRGS, criado pela mãe — única fonte de renda —, vive em Gravataí com a família e enfrenta longos deslocamentos diários até a universidade. Sua trajetória é marcada por disciplina e resiliência: vindo de escola pública, buscou reforço com antigos professores para ingressar no curso e hoje valoriza o ambiente acadêmico, especialmente a biblioteca do Instituto de Informática, onde já atuou como voluntário.

Apaixonado por tecnologia, tem interesse em segurança da informação, ferramentas digitais de impacto social e também na docência. Apesar das dificuldades em disciplinas exigentes, busca apoio por conta própria e já acumula experiências em estágios, cursos complementares e projetos de iniciação científica.

O apoio do Fundo Amanhã tem sido essencial para reduzir os custos de transporte e garantir acompanhamento psicológico, permitindo maior dedicação aos estudos e à preparação para oportunidades de estágio. Atualmente, atua como representante suplente em comissão de pesquisa e prepara, com orientação docente, um jogo educacional sobre circuitos lógicos — um marco de sua determinação em unir ciência, educação e transformação social.

A história de Larissa Ruela

MEDICINA UFRGS

Estudante de Medicina da UFRGS e bolsista do programa Reconstruindo o Amanhã, Larissa Ruela tem sua trajetória marcada por vocação, superação e excelência. Inspirada pelo pai, que perdeu parte da visão, e pelo interesse que desde a infância demonstrava em cuidar dos olhos, construiu o sonho de se tornar oftalmologista. Após concluir o ensino médio, precisou trabalhar para custear o cursinho e enfrentou dificuldades com lacunas do ensino público, mas não desistiu e seguiu determinada em alcançar a universidade.

Com o apoio do Fundo Amanhã, Larissa pôde se dedicar integralmente à graduação, participar de atividades extracurriculares e assumir papéis de liderança, como diretora do Centro Acadêmico de Medicina e coordenadora do Núcleo Científico da Liga de Oftalmologia. Também esteve na linha de frente durante as enchentes de 2024 no Rio Grande do Sul, quando prescreveu óculos emergenciais a pessoas afetadas, mesmo enquanto sua família enfrentava a perda da própria casa.

Em 2024, foi reconhecida com o 1º lugar na categoria Acadêmico da AMRIGS, prêmio concedido às melhores práticas na formação médica, e utilizará o valor recebido para participar do Congresso Brasileiro de Oftalmologia, o maior da América Latina. Seu próximo objetivo é ingressar na residência em oftalmologia, dando continuidade ao propósito de transformar vidas por meio do cuidado com a visão, unindo excelência e empatia.

A história de Julia Alves

MEDICINA UFRGS

Estudante de Medicina da UFRGS e bolsista do programa Reconstruindo o Amanhã, Julia Alves traz em sua trajetória uma combinação de vocação, resiliência e coragem. Desde cedo, sonhava em ajudar o próximo, mesmo diante de limitações financeiras. Durante o ensino médio, teve a chance de ingressar em um cursinho renomado, mas não podia arcar com os materiais — ainda assim, persistiu até conquistar a vaga em um dos cursos mais concorridos da Universidade. Os desafios, porém, não pararam aí: morando longe, enfrentava deslocamentos de até quatro horas diárias, o que restringia sua participação em atividades acadêmicas e extracurriculares.

Em 2024, quando o Rio Grande do Sul foi atingido pelas enchentes, Julia viu sua casa ser tomada pela água e passou mais de um mês sem poder retornar. Mesmo diante da perda, atuou como voluntária em um hospital de campanha, prestando atendimento a dezenas de pessoas e iniciando um artigo científico sobre doenças negligenciadas em contextos de catástrofe. Com o apoio da bolsa, pôde adquirir um computador, investir em sua formação, participar de eventos acadêmicos e utilizar transporte por aplicativo, o que lhe garantiu mais segurança e tempo para se engajar na vida universitária.

Os resultados não tardaram: em um congresso em São Paulo, foi premiada em 1º lugar com seu artigo, e, com persistência, conquistou também uma oportunidade em Harvard após insistir com 26 cartas de candidatura. Determinada e inspiradora, Julia segue firme em sua trajetória para transformar a realidade ao seu redor, provando que dedicação e apoio adequado podem abrir caminhos antes inimagináveis.